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UE/Agricultores: Com tratores e carrinhas, agricultores rumam a Vila Real |
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Agricultores com tratores ou em carrinhas deslocaram-se para Vila Real onde hoje realizam uma marcha lenta pela cidade transmontana, para mostrar que a insatisfação se mantém no setor e reclamar rendimentos dignos.
“Nós estamos de luto, as medidas cada vez são mais baixas, houve cortes abruptos no baldio na nossa zona, que somos tipicamente de pastorícia, a ministra não nos ouve e os nossos agricultores vão acabar,”, afirmou à agência Lusa Manuel Domingues, da Associação de Gestão e Desenvolvimento Rural de Trás-os-Montes (AGRITAD), filiada da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
O dirigente realçou ainda que as ajudas “estão a chegar tarde e não estão adequadas à região, aos pequenos agricultores”. “Estamos com a corda ao pescoço”, frisou.
O responsável integra o grupo de agricultores que, em tratores e carrinhas, se juntaram em Arrabães, no concelho de Vila Real, para seguirem pela Estrada Nacional 15 (EN15) até cidade.
À convocação da CNA aderiram agricultores de vários concelhos da região que vão realizar uma marcha lenta com tratores, outras máquinas agrícolas e a pé desde as rotundas em frente ao Regimento de Infantaria 13 (RI13) até à praça do município.
A chegada à cidade far-se-á pelas estradas nacionais EN15 e EN2 e os manifestantes vêm das zonas de Vila Pouca de Aguiar, Alijó ou Castro de Aire.
A Câmara de Vila Real informou, entretanto, que o protesto seguirá pelas avenidas Aureliano Barrigas e 1.º de Maio, alertando para constrangimentos no trânsito naquelas vias.
Manuel Domingues salientou que os agricultores reivindicam alterações às regras dos baldios, um mercado justo para os produtos agrícolas, e o pagamento de indemnizações pelos prejuízos causados nas explorações agrícolas pelos animais selvagens.
A CNA reuniu na segunda-feira com a ministra da Agricultura e, no final, emitiu um comunicado em que disse que as “manobras de diversão do Governo são inaceitáveis e só reforçam a necessidade de lutar por outras e melhores políticas agrorrurais”, mantendo, por isso, o protesto agendado para hoje.
A confederação disse que, para além da redução do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) do gasóleo agrícola, que é uma medida considerada “positiva, mas que já estava prevista no Orçamento do Estado para 2024”, e da compensação dos cortes nas candidaturas aos ecorregimes “Agricultura Biológica” e “Produção Integrada”, todas as outras medidas anunciadas “são virtuais”.
“São um caderno de intenções que o Governo sabe que não pode concretizar porque não tem garantias de Bruxelas de que vai ser aprovado. Na melhor das hipóteses, parte das medidas, a concretizar-se, só chegaria aos agricultores em 2026”, salientou a organização.
Em Vila Real, os agricultores unem-se para reclamar melhores rendimentos e preços justos à produção e defender a produção nacional, a agricultura familiar e os baldios e, no final, vão votar um caderno de reclamações para entregar aos órgãos de soberania e partidos políticos.
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